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titulo: Estudo comparativo dos efeitos de L-carnitina e DL-carnitina sobre o metabolismo hepático, perfil lipídico sérico e concentrações séricas e teciduais de L-carnitina livre e total
linha: Metabolismo Hepático
projeto: [Projeto a partir do qual foi desenvolvido este trabalho com recursos da Stiefel tem como título "Cooperação Técnica Científica: Universidade Estadual de Maringá"]
area: Fisiologia de Órgãos e Sistemas
biblioteca: Instituto de Ciências
Biomédicas da Universidade de São Paulo
volumes: 1
num_paginas: 135
idioma: Português
palavras_chave: L-carnitina; DL-carnitina;
Metabolismo hepático; Perfil lipídico sérico; Diabetes;
Concentrações séricas e teciduais de L-carnitina
resumo: O presente estudo comparou
os efeitos de L-carnitina (LC) e DL-carnitina (DLC) sobre o metabolismo
hepático, perfil lipídico sérico e concentrações
séricas e teciduais de L-carnitina livre (CL) e total (CT) em ratos
machos adultos, Wistar.
Inicialmente, examinamos os efeitos
de LC e DLC sobre a ureogênese a partir de L-alanina 5 mM (LA) ou
L-glutamina 5 mM (LG) em perfusão de fígado de ratos alimentados.
A produção de uréia a partir de LA não foi
influenciada pela infusão de LC ou DLC. Entretanto, LC aumentou
a produção de uréia a partir de LG; já a produção
de uréia a partir de LG não foi influenciada por DLC, sugerindo
um efeito inibitório de D-carnitina (DC) sobre as ações
de LC. Em adição, avaliamos a influência de LC e DLC
sobre a ureogênese e a neoglicogênese a partir de LA ou LG
em perfusão de fígado de ratos em jejum de 24 horas. A produção
de glicose e uréia a partir de LA não foi influenciada pela
infusão de LC ou DLC. Contudo, LC aumentou a produção
de glicose e uréia a partir de LG. Além disso, verificamos
que o aumento da produção de glicose a partir de LG foi obtido
com concentrações de LC menores do que a necessária
para aumentar a produção de uréia. Portanto, é
possível que LC direcione parte da amônia liberada durante
o catabolismo de LG para a aminação de α-cetoácidos.
Porém, a produção hepática de glicose e uréia
a partir de LG não foi influenciada por DLC, sugerindo de novo um
efeito inibitório de DC sobre as ações de LC.
Em novos experimentos, ratos foram
suplementados com 200 ou 400 mg.kg-1.dia-1 de LC ou DLC durante 1, 2 ou
4 semanas e sacrificados por decaptação. Amostras de sangue
e tecidos foram coletadas para avaliação do perfil lipídico
sérico e concentrações séricas e teciduais
de CL e CT. Apesar do aumento de CL e CT no soro, o tratamento com LC ou
DLC não alterou o perfil lipídico sérico, mas aumentou
as concentrações séricas de CL (após 1 semana)
e CT (após 4 semanas), assim como aumentou as concentrações
hepáticas de CL após 1 semana. Entretanto, somente LC foi
capaz de aumentar as concentrações de CL após 4 semanas
de suplementação nos músculos cardíaco, diafragma
e soleus, sugerindo um efeito inibitório de DC sobre o aumento de
LC nestes tecidos.
Finalmente, comparamos os efeitos
da suplementação com LC ou DLC em ratos diabéticos.
A suplementação com LC ou DLC reduziu a hipertrigliceridemia
para níveis similares aos observados em ratos não-diabéticos.
Além disso, a suplementação com LC ou DLC aumentou
as concentrações séricas de CL (após 1 semana)
e CT (após 4 semanas), assim como aumentou as concentrações
de CL e CT após 4 semanas de suplementação no fígado,
coração e músculo diafragma. Visto que diabetes causa
deficiência de LC, o tratamento com LC ou DLC foi suficiente para
normalizar os níveis séricos de triglicérides. Assim,
considerando os diferentes efeitos biológicos de cada isômero
(metabolismo hepático, perfil lipídico sérico e concentrações
séricas e teciduais de CL e CT) somos da opinião de que a
substituição da LC pela DLC não é recomendável.
orientadores: Roberto Barbosa Bazotte
financiadores: Bolsa CNPq (48 meses)
banca: Fábio Bessa Lima;
Célio Kenji Miyasaka;
Helenir Medri de Souza;
Cássia Thais Bussamra Vieira
Zaia
e Roberto Barbosa Bazotte