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titulo: Alterações da resistência vascular na musculatura esquelética induzidas pela estimulação do reflexo pressorreceptor. Modulação pela angiotensina II.
linha: Regulação Central da Pressão Arterial
projeto: Influência da angiotensina II sobre o tonus autonômico cardíaco e periférico durante o desenvolvimento da hipertensão por coarctação.
area: Fisiologia Cardiovascular
biblioteca: ICB 1
volumes: 2
num_paginas: 108
idioma: português
palavras_chave: Resistência
do trem posterior - angiotensina II - Receptor AT1 - Losartan - Pressorreceptor
- Normotensos
resumo: Demonstramos anteriormente
que a angiotensina II (Ang II) ativada durante o desenvolvimento
da hipertensão por coarctação subdiafragmática
da aorta determinava marcante redução do ganho do controle
reflexo da freqüência cardíaca (Michelini et al, 1992,
Santos et al, 1995), reduzia a sensibilidade do nervo depressor aórtico
na sinalização dos níveis pressores (Santos et al,
1998), alterava o balanço simpato-vagal ao coração
determinando aumento acentuado do tono simpático (Bezerra, 2000)
e potenciava a atividade simpática esplâcnica durante quedas
transitórias da pressão arterial (Santos, 1999). Havíamos
também demonstrado anteriormente que a Ang II endógena, independente
de seu efeito pressor, modulava o controle reflexo da freqüência
cardíaca em ratos normotensos (Michelini & Bonagamba, 1990).
Não se sabe se os níveis endógenos de Ang II são
também eficazes em modular o controle reflexo da resistência
vascular do trem posterior. Os objetivos do presente trabalho foram portanto
padronizar uma técnica para estudo da regulação reflexa
do simpático ao trem posterior e investigar em ratos normotensos
a modulação aguda e crônica exercida pela Ang II sobre
o controle reflexo da resistência do trem posterior comandada
pelos pressorreceptores arteriais.
Ratos WKY adultos e machos, cronicamente instrumentados com sensor de fluxo
na artéria ilíaca (Transonic, 1RB, implantado 4 dias antes)
e cânulas arterial e venosa (1 dia) foram submetidos à estimulação
dos pressorreceptores arteriais (dose crescentes de fenilefrina e nitroprussiato
de sódio, iv ) em 2 situações distintas: durante infusão
endovenosa de losartan (LOS= ~0,66mg/kg/min) e durante tratamento crônico
com LOS (10mg/kg/dia, durante 4 dias). Em ambos protocolos veículo
(VEH= salina, 6,7 ml/min ou 1ml/kg/dia) foi utilizado como controle. No
protocolo agudo os efeitos do LOS foram também comparados aos da
infusão iv de dose subpressora de Ang II (~2hg/kg/min) realizada
em outro grupo de ratos WKY. Foram registrados os valores basais de pressão
arterial (PA), freqüência cardíaca (FC) e fluxo ao trem
posterior (Ftp) e as respostas destes parâmetros à estimulação
dos pressorreceptores nos animais acordados e com livre movimentação
infundidos com VEH e Ang II ou LOS ou tratado com VEH e LOS,. Ao final
dos experimentos determinou-se o peso da musculatura da pata, utilizado
para normalização dos valores de fluxo (FRtp) e para o cálculo
da resistência relativa do trem posterior (RRtp=PAM/FRtp).
Infusão aguda e tratamento crônico com LOS determinaram quedas
similares da PAM basal (-9,2% e 13%, respectivamente) acompanhadas de reduções
também semelhantes da RRtp basal (-33% e 32%, respectivamente) mas
sem alterações significativas da FC e FRtp basais. Bloqueio
crônico dos receptores AT1 determinou marcante depressão do
controle reflexo da RRtp, com reduções significativas tanto
da vasoconstrição reflexa (-59%) durante quedas da PAM quanto
da vasodilatação reflexa (-37%) induzida por elevações
transitórias da PAM: houve deslocamento do platô superior
para níveis menores de RRtp (de 77,5 ± 4,1 para 56,5 ±
4,9 mmHg/ml/min/g) e redução do intervalo de funcionamento
do reflexo (de 101,1 ± 11,3 para 54,3 ± 9,7 mmHg/ ml/min/g),
acompanhada de intensa depressão no ganho reflexo (de -2,7 ±
0,7 para -0,92 ± 0,2 mmHg/ml/min/g/mmHg) para os grupos VEH
e LOS, respectivamente). Por outro lado o tratamento crônico com
LOS determinou aumentos significativos do ganho reflexo pressorreceptor
para o coração (de -2,0 ± 0,2 para -3,6 ±
0,2 b/min/mmHg) e do intervalo de funcionamento do reflexo (de 187,8 ±
9,4 para 251,3 ± 24,3 b/min) acompanhados de deslocamento significativo
do platô inferior para níveis menores de FC (de 253,6 ±
9,0 para 205,6 ± 18,5 b/min, nos grupos VEH e LOS, respectivamente).
Bloqueio agudo dos receptores AT1, determinando a mesma redução
pressora não foi eficaz em alterar os controles reflexos da FC e
da RRtp. Infusão iv de dose subpressora de Ang II determinou respostas
opostas sobre o controle reflexo da FC: redução do ganho
(de -3,0 ± 0,4 para -1,8 ± 0,2 b/min/mmHg) e deslocamento
do platô inferior para níveis mais elevados de FC (de 216,3
± 12,2 para 271,8 ± 23,2 b/min para infusões de VEH
e Ang II, respectivamente), mas também determinou redução
do ganho do reflexo pressorreceptor para o trem posterior (de -2,2 ±
0,5 para -1,5 ± 0,3 mmHg/ml/min/g/mmHg para VEH e Ang II iv , respectivamente).
Nossos dados indicam que níveis
endógenos de Ang II em normotensos modulam diferencialmente o controle
reflexo comandado pelos pressorreceptores, potencializando as respostas
de RRtp mas deprimindo as respostas de FC durante elevações
e quedas transitórias da PAM. As diferenças nas respostas
reflexas observadas frente ao bloqueio crônico x agudo dos receptores
AT1, associadas à similaridade do efeito depressor sugerem ser estes
efeitos dependentes do tempo para bloqueio do SRA tecidual, mas independente
do efeito pressor da Ang II.
orientadores: Lisete Compagno Michelini
financiadores: Bolsa CNPq (18 meses) ; Bolsa CAPES/DS (6 meses)
banca: Lisete Compagno Michelini
Rita de Cassia Aleixo Tostes Passaglia
Ruy Ribeiro de Campos Junior Campos