Ana Rosa Beltrán González


realname: Ana Rosa Beltrán González
abreviatura: Beltrán, GAR
nacionalidade: Outra (Chilena)
anonascimento: 1970
sexo: feminino
nivel: Mestrado
mes_matricula: 07/1998
mes_defesa: 05

[Total de meses: 34]

titulo: Alterações da resistência vascular na musculatura esquelética induzidas pela estimulação do reflexo pressorreceptor. Modulação pela angiotensina II.

linha: Regulação Central da Pressão Arterial

projeto: Influência da angiotensina II sobre o tonus autonômico cardíaco e periférico durante o desenvolvimento da hipertensão por coarctação.

area: Fisiologia Cardiovascular

biblioteca: ICB 1
volumes: 2
num_paginas: 108
idioma: português
palavras_chave: Resistência do trem posterior - angiotensina II - Receptor AT1 - Losartan - Pressorreceptor - Normotensos

resumo: Demonstramos anteriormente que a angiotensina II (Ang II)  ativada durante o desenvolvimento da hipertensão por coarctação subdiafragmática da aorta determinava marcante redução do ganho do controle reflexo da freqüência cardíaca (Michelini et al, 1992, Santos et al, 1995), reduzia a sensibilidade do nervo depressor aórtico na sinalização dos níveis pressores (Santos et al, 1998), alterava o balanço simpato-vagal ao coração determinando aumento acentuado do tono simpático (Bezerra, 2000) e potenciava a atividade simpática esplâcnica durante quedas transitórias da pressão arterial (Santos, 1999). Havíamos também demonstrado anteriormente que a Ang II endógena, independente de seu  efeito pressor, modulava o controle reflexo da freqüência cardíaca em ratos normotensos (Michelini & Bonagamba, 1990). Não se sabe se os níveis endógenos de Ang II são também eficazes em modular o controle reflexo da resistência vascular do trem posterior. Os objetivos do presente trabalho foram portanto padronizar uma técnica para estudo da regulação reflexa do simpático ao trem posterior e investigar em ratos normotensos a modulação aguda e crônica exercida pela Ang II sobre o controle reflexo da resistência do trem posterior  comandada pelos pressorreceptores arteriais.
        Ratos WKY adultos e machos, cronicamente instrumentados com sensor de fluxo na artéria ilíaca (Transonic, 1RB, implantado 4 dias antes) e cânulas arterial e venosa (1 dia) foram submetidos à estimulação dos pressorreceptores arteriais (dose crescentes de fenilefrina e nitroprussiato de sódio, iv ) em 2 situações distintas: durante infusão endovenosa de losartan (LOS= ~0,66mg/kg/min) e durante tratamento crônico com LOS (10mg/kg/dia, durante 4 dias). Em ambos protocolos veículo (VEH= salina, 6,7 ml/min ou 1ml/kg/dia) foi utilizado como controle. No protocolo agudo os efeitos do LOS foram também comparados aos da infusão iv de dose subpressora de Ang II (~2hg/kg/min) realizada em outro grupo de ratos WKY. Foram registrados os valores basais de pressão arterial (PA), freqüência cardíaca (FC) e fluxo ao trem posterior (Ftp) e as respostas destes parâmetros à estimulação dos pressorreceptores nos animais acordados e com livre movimentação infundidos com VEH e Ang II ou LOS ou tratado com VEH e LOS,. Ao final dos experimentos determinou-se o peso da musculatura da pata, utilizado para normalização dos valores de fluxo (FRtp) e para o cálculo da resistência relativa do trem posterior (RRtp=PAM/FRtp).
        Infusão aguda e tratamento crônico com LOS determinaram quedas similares da PAM basal (-9,2% e 13%, respectivamente) acompanhadas de reduções também semelhantes da RRtp basal (-33% e 32%, respectivamente) mas sem alterações significativas da FC e FRtp basais. Bloqueio crônico dos receptores AT1 determinou marcante depressão do controle reflexo da RRtp, com reduções significativas tanto da vasoconstrição reflexa (-59%) durante quedas da PAM quanto da vasodilatação reflexa (-37%) induzida por elevações transitórias da PAM: houve deslocamento do platô superior para níveis menores de RRtp (de 77,5 ± 4,1 para 56,5 ± 4,9 mmHg/ml/min/g) e redução do intervalo de funcionamento do reflexo (de 101,1 ± 11,3 para 54,3 ± 9,7 mmHg/ ml/min/g), acompanhada de intensa depressão no ganho reflexo (de -2,7 ± 0,7 para -0,92 ±  0,2 mmHg/ml/min/g/mmHg) para os grupos VEH e LOS, respectivamente). Por outro lado o tratamento crônico com LOS determinou aumentos significativos do ganho reflexo pressorreceptor para o coração (de -2,0 ±  0,2 para -3,6 ± 0,2 b/min/mmHg) e do intervalo de funcionamento do reflexo (de 187,8 ± 9,4 para 251,3 ± 24,3 b/min) acompanhados de deslocamento significativo do platô inferior para níveis menores de FC (de 253,6 ± 9,0 para 205,6 ± 18,5 b/min, nos grupos VEH e LOS, respectivamente). Bloqueio agudo dos receptores AT1, determinando a mesma redução pressora não foi eficaz em alterar os controles reflexos da FC e da RRtp. Infusão iv de dose subpressora de Ang II determinou respostas opostas sobre o controle reflexo da FC: redução do ganho (de -3,0 ± 0,4 para -1,8 ± 0,2 b/min/mmHg) e deslocamento do platô inferior para níveis mais elevados de FC (de 216,3 ± 12,2 para 271,8 ± 23,2 b/min para infusões de VEH e Ang II, respectivamente), mas também determinou redução do ganho do reflexo pressorreceptor para o trem posterior (de -2,2 ± 0,5 para -1,5 ± 0,3 mmHg/ml/min/g/mmHg para VEH e Ang II iv , respectivamente).
Nossos dados indicam que níveis endógenos de Ang II em normotensos modulam diferencialmente o controle reflexo comandado pelos pressorreceptores, potencializando as respostas de RRtp mas deprimindo as respostas de FC durante elevações e quedas transitórias da PAM. As diferenças nas respostas reflexas observadas frente ao bloqueio crônico x agudo dos receptores AT1, associadas à similaridade do efeito depressor sugerem ser estes efeitos dependentes do tempo para bloqueio do SRA tecidual, mas independente do efeito pressor da Ang II.

orientadores: Lisete Compagno Michelini

financiadores: Bolsa CNPq (18 meses) ; Bolsa CAPES/DS (6 meses)

banca: Lisete Compagno Michelini
Rita de Cassia Aleixo Tostes Passaglia
Ruy Ribeiro de Campos Junior Campos